A Prisão de Collor e a Crise da Narrativa: Quando a Lava Jato Vira um Problema para a Esquerda


Era um domingo comum, desses em que as famílias se reúnem para um almoço tranquilo. Mas, nos bastidores da política e das redes sociais, algo incomum começava a ferver: a prisão do ex-presidente Fernando Collor de Mello. E, com ela, um fenômeno curioso — a esquerda, que passou anos demonizando a Operação Lava Jato, agora se via obrigada a defendê-la. Como explicar tamanha reviravolta?

Hoje, quero te convidar a refletir comigo: o que essa crise revela sobre o jogo político que impera no Brasil? E, mais ainda, será que conseguimos confiar em narrativas que mudam conforme a conveniência dos envolvidos?


O constrangimento da esquerda

A prisão de Collor não foi apenas mais um capítulo na longa história de escândalos envolvendo figuras políticas brasileiras. Ela expôs, de maneira quase cruel, as incoerências daqueles que por anos acusaram a Lava Jato de ser uma operação política.

De repente, a prisão de Collor "validava" a operação. Como assim? A esquerda, tão crítica, passou a dizer que, no caso de Collor, havia provas — diferente do que alegam sobre Lula.

Mas será mesmo que há tanta diferença entre os casos? Vamos analisar.


A tentativa de narrativa: Miriam Leitão entra em cena

A primeira movimentação visível veio da jornalista Miriam Leitão. Em uma coluna no jornal O Globo, Miriam tentou explicar as diferenças entre o caso de Collor e os demais investigados pela Lava Jato. Segundo ela, o processo de Collor teria uma "origem diferente", já que não teria começado em Curitiba, mas sim em Brasília.

À primeira vista, poderia até soar convincente. Mas foi só questão de horas para que a versão começasse a ruir.

Você já sentiu aquele desconforto ao perceber que estão tentando te convencer de algo que simplesmente não fecha? Pois bem, foi exatamente isso que aconteceu.

O senador Sérgio Moro, ninguém menos que o juiz que autorizou as buscas iniciais da Lava Jato, veio a público desmontar a narrativa.

Em resposta direta, Moro relembrou que comprovantes de depósitos em dinheiro na conta de Collor foram encontrados durante uma busca autorizada por ele mesmo, em Curitiba, no coração da Lava Jato.

Ou seja: a investigação nasceu sim da Lava Jato. Era impossível dissociar uma coisa da outra.


A nota da vergonha

Mas a desmoralização de Miriam Leitão não parou por aí. Quando a fonte primária de um processo — neste caso, Sérgio Moro — corrige uma jornalista publicamente, o estrago é grande. E, nas redes sociais, o estrago ficou ainda mais visível: a coluna de Miriam foi marcada com uma "nota da comunidade" no X (antigo Twitter), em que os próprios usuários acrescentaram o contexto omitido por ela.

Isso não é apenas um detalhe.
É um sintoma grave de uma crise de credibilidade.

Se até colunistas tradicionais precisam ser corrigidos pelos próprios leitores, que tipo de jornalismo estamos consumindo hoje?


Glaze Hoffmann e a tentativa desesperada de separar Lula de Collor

Enquanto a poeira ainda subia, outra cena inusitada se desenrolava. A ministra das Relações Institucionais do governo Lula, Gleisi Hoffmann, correu para as redes sociais tentando desesperadamente fazer uma separação entre o caso Collor e o caso Lula.

Ela escreveu que, no caso de Collor, havia "provas materiais" — enquanto Lula teria sido "perseguido" por um "juiz parcial" e "jamais teria sido encontrado um centavo" de origem ilegal em suas contas.

Será?

Aqui vale uma pausa para reflexão: por que insistir numa narrativa já tantas vezes desmentida pelos fatos e pelos próprios julgamentos?

Todos os juízes que analisaram os processos de Lula — em primeira instância, segunda instância e no STJ — confirmaram sua condenação com base em provas concretas. E essas decisões, vale lembrar, foram tomadas antes de qualquer intervenção do STF.

A anulação dos processos de Lula não se deu por falta de provas, mas por questões técnicas de foro. Posteriormente, o STF declarou a parcialidade de Moro — uma decisão polêmica que não anulou os méritos das condenações originais.

Então, a pergunta que não quer calar: por que essa necessidade tão intensa de reescrever a história?


As coincidências que desafiam a lógica

O Brasil é o país das coincidências convenientes?

Não podemos deixar de observar que muitas das decisões do STF que favoreceram Lula surgiram justamente em momentos de acirrada disputa política.
Ministros nomeados por governos petistas, julgando processos que envolviam figuras ligadas ao próprio PT...
E decisões que, na prática, permitiram que Lula voltasse ao cenário eleitoral para disputar com Bolsonaro.

Tudo coincidência, claro.

Mas até que ponto o cidadão comum ainda acredita nessas coincidências?
Ou será que começamos, cada vez mais, a enxergar padrões onde antes nos pediam para não ver nada?


A resposta das redes: o rátio em Gleisi Hoffmann

A internet não perdoa incoerências.

Quando Gleisi Hoffmann tentou, em seu tweet, separar Lula de Collor, o efeito foi o oposto: recebeu um "rátio" — ou seja, sua postagem teve menos curtidas do que as respostas críticas que recebeu.

Uma dessas respostas, apontando que a verdadeira diferença entre Collor e Lula é que Collor não tem ministros indicados no STF nem mantém uma relação de "lua de mel" com a Corte, viralizou e teve o dobro de engajamento.

E isso revela algo muito importante: a internet mudou o jogo.

A velha imprensa pode tentar reescrever os fatos. Mas hoje, o cidadão comum tem voz — e mais: ele tem memória.


Reflexões que ficam

O caso Collor é só a ponta do iceberg.

Ele escancara a seletividade da justiça no Brasil. Mostra como narrativas podem ser montadas e desmontadas conforme a conveniência política do momento.

A pergunta que deixo para você refletir é simples, mas profunda:

Será que estamos aceitando demais as narrativas prontas?
Será que não é hora de desconfiar de todos aqueles que tentam nos convencer de que alguns crimes são mais aceitáveis do que outros, dependendo do réu envolvido?

Essa é uma reflexão que não podemos mais adiar.


A importância de não se calar

Ao longo dessa história, vimos jornalistas serem desmentidos, ministros do governo tentando distorcer fatos, e o próprio sistema judicial operando de forma seletiva.

Se você, como eu, também se revolta com essa manipulação, seu papel é mais importante do que nunca.

Curta, compartilhe, discuta. Faça parte da resistência contra essa distorção da realidade.

Afinal, como dizia Thomas Jefferson:

"O preço da liberdade é a eterna vigilância."

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