A Nova Jogada: Controlar Tarcísio para Enfrentar Bolsonaro
Em 1985, Michel Temer foi um dos arquitetos da transição entre ditadura e democracia. Em 2016, ele esteve no centro do impeachment de Dilma Rousseff. Agora, em 2025, Temer está de volta — mas não como protagonista. Desta vez, ele tenta ser o "garantidor de uma terceira via" , articulando uma frente com cinco governadores de diferentes partidos, todos unidos por um único objetivo: afastar tanto Lula quanto Bolsonaro do poder em 2026 .
Só que há um problema óbvio:
Essa "terceira via" não existe.
É apenas uma manobra para contornar a realidade política do país , onde apenas dois nomes realmente polarizam : o ex-presidente Jair Bolsonaro e Luiz Inácio Lula da Silva.
Temer sabe disso. Os governadores também. E a elite política de Brasília, que se vê cada vez mais distante do povo, vive um momento de desespero . Afinal, se Lula continuar com sua agenda econômica ruim, o Brasil afunda ainda mais . Se Bolsonaro voltar ao poder, as esquerdas perderão até os cargos que têm no STF .
Mas por que, afinal, eles estão apostando em Tarcísio? O que ele tem que outros não têm?
Tarcísio Freire: Um Nome Útil ou Apenas uma Isca?
Tarcísio de Freitas, atual governador de São Paulo, é visto pela elite política como uma saída estratégica . Ele foi ministro de Bolsonaro, fez parte do PL, e hoje lidera uma campanha própria com base em infraestrutura e gestão pública. Mas isso não basta para a esquerda. Eles precisam de algo mais: um candidato que pareça independente, mas que, na prática, siga suas regras .
E é aí que entra a jogada de Temer.
Ele articula um acordo com governadores do centrão, do MDB, do PSDB e até do PDT, buscando unir forças em torno de Tarcísio . Só que a ideia não é só eleger alguém fora da polarização — é contornar Bolsonaro sem enfrentá-lo diretamente .
O plano é claro:
Oferecer cargos estratégicos no futuro governo.
Prometer reformas econômicas que agradem ao mercado financeiro.
Garantir que Tarcísio não seja tão ligado a Bolsonaro, mesmo sabendo que sem o apoio dele, ninguém chega nem perto do segundo turno .
Quantos de vocês já viram políticos fingindo independência enquanto na verdade estavam comprados antes mesmo da campanha começar ?
A Ilusão da Terceira Via – Quando a Esquerda Admite Derrota Antes da Guerra Começar
A esquerda brasileira vive uma crise profunda.
Lula, que prometeu "reconstruir o país", enfrenta aprovação abaixo de 30% nas pesquisas.
Sua equipe econômica mal consegue controlar a inflação.
Seu partido, o PT, começa a ver fissuras internas.
E, apesar das tentativas de imprensa e juízes do STF, Bolsonaro segue com base sólida , inclusive nos Estados Unidos, onde Trump mencionou Eduardo Bolsonaro durante uma sessão do Senado americano.
Diante disso, a resposta da esquerda é esta: tentar cooptar Tarcísio .
Mas isso é estratégia ou rendição?
Porque, ao buscar uma alternativa que depende de Bolsonaro, eles admitem que não têm força para derrubá-lo .
Ou como diria Allan dos Santos:
“Quando você oferece tudo a alguém para que ele abandone seu aliado, é porque não confia em sua capacidade de vencer sozinho .”
O Jogo do Controle – Como a Elite Quer Manipular a Direita
A elite de Brasília, historicamente alinhada à imprensa tradicional, aos grandes bancos e ao Supremo Tribunal Federal (STF), sempre teve medo de Bolsonaro.
Ele não negocia cargos.
Não aceita suborno.
Não respeita acordos tácitos.
E, pior: seu eleitorado é leal, fiel e imprevisível .
Então, diante dessa ameaça, eles tentam algo que parece impossível: dividir a direita bolsonarista .
Como?
Induzindo Tarcísio a romper com Bolsonaro.
Prometendo que, com apoio deles, ele terá chance contra o ex-presidente.
Mas, na prática, ele não tem nenhuma chance sem Bolsonaro .
Imagine você, empresário, investindo em um projeto novo.
Você tem duas opções:
Um parceiro que garante clientes, mas exige total liberdade.
Um grupo grande, com influência, mas que quer controlar tudo.
Qual você escolhe?
A resposta é clara.
E Tarcísio enfrenta esse dilema político .
A Queda de Lula – Por Que a Esquerda Está Correndo?
Lula chegou ao Planalto com o discurso de "salvar o Brasil". No entanto, nada mudou .
A inflação persiste.
Os Correios estão falidos.
O INSS continua parado.
E, pior: ninguém mais acredita nele .
Pesquisas mostram que, mesmo em estados petistas, Lula não alcança 40% de intenção de voto .
E o PT, que esperava usar o governo para consolidar poder, precisa correr atrás de novas alianças .
É por isso que Temer está envolvido.
É por isso que governadores começam a falar em aliança ampla de centro-direita .
E é por isso que Tarcísio, de repente, virou o nome mais comentado nas rodas políticas .
O Papel do STF – Judicializar o Processo Eleitoral
O STF, sob Alexandre de Moraes, não pode simplesmente declarar guerra a Bolsonaro e seu grupo.
As sanções americanas, as pressões globais e até os votos de figuras como Luiz Fux já mostraram que o tribunal não tem mais o controle absoluto sobre a narrativa .
Mas ele tenta.
Moraes rejeitou pedidos de prorrogação de prazo no inquérito do 8 de janeiro.
Ele mantém prisões sem provas claras.
E agora, com Temer movimentando-se por trás dos bastidores, o STF age como se fosse o árbitro da eleição .
A pergunta que fica no ar é essa:
Será que, no final das contas, o STF não está tentando criar um candidato artificial só para evitar que Bolsonaro volte?
Ou será que, mesmo com todas essas artimanhas, eles já sabem que vão perder?
E se a única forma de impedir Bolsonaro for usando a justiça para torná-lo inelegível ?
O Fantasma da Prisão – A Última Arma Contra Bolsonaro
Já houve tentativas de prender Bolsonaro.
Há um inquérito aberto contra ele no STF, com acusações de falsificação de cartões de vacina, que foi arquivado pelo próprio Moraes recentemente .
Outra investigação, o chamado "golpe da Disneylândia", segue em andamento, mas não apresenta provas reais .
Mesmo assim, a pressão aumenta .
Eduardo Bolsonaro teve seu passaporte bloqueado, mas Trump já falou publicamente sobre ele .
Daniel Silveira foi preso preventivamente por criticar o STF, mas nenhuma condenação sustentável surgiu .
E Débora Rodrigues, condenada a 14 anos por pichar uma estátua, teve sua pena reduzida para 1 ano e 6 meses — tempo insuficiente até para prisão efetiva.
Isso mostra algo importante:
O STF não julga com base em fatos. Julga com base em conveniência política.
E se ele decidir, em breve, impedir Bolsonaro de concorrer com base em processos frágeis ?
E se, mais uma vez, decidirem quem ganha a eleição dentro de um gabinete em Brasília ?
Tarcísio, o Governador que Pode Decidir o Futuro do País
Tarcísio de Freitas é um nome central nesse jogo.
Governador de São Paulo, ele tem visibilidade nacional.
Já trabalhou com Bolsonaro, o que lhe dá capital político.
E, ao contrário de Doria ou Alckmin, não é visto como um traidor .
Mas a elite política vê nele uma oportunidade.
Se ele romper com Bolsonaro, pode atrair setores moderados da direita .
Se conseguir o apoio do centrão, pode enfraquecer a base bolsonarista .
E se o STF der aval jurídico a isso, o cenário muda radicalmente .
Mas será que Tarcísio vai arriscar tudo por um acordo com quem já prendeu seus aliados sem provas ?
A Crise da Centro-Direita – Ninguém Mais Confia no PSDB
A centro-direita, outrora representada pelo PSDB, está em colapso.
Poucos lembram de Geraldo Alckmin, que foi vice de Lula.
Ninguém mais acredita em Rodrigo Garcia, que governa São Paulo com apoio do PT.
E o que dizer de Arthur Virgílio, que sumiu do noticiário e das redes sociais?
Enquanto isso, Tarcísio cresce .
Ele faz questão de visitar comunidades, fala com pequenos produtores rurais, e mantém diálogo com empresários que nunca confiaram no PT.
Mas a elite política do PSDB e do DEM, que já tinha planos de recuperação, precisa urgentemente de um nome viável .
E Tarcísio parece ser o único capaz de unir o que resta da direita institucional.
Só que, para isso, ele precisa romper com Bolsonaro .
E é aí que entra o maior obstáculo: sem Bolsonaro, Tarcísio não tem votos .
O Pacto com o Passado – Temer e a Volta dos Velhos Aliados
Temer não é mais presidente.
Mas ele ainda tem influência.
Mais do que isso: ele tem acesso a pessoas que definem o ritmo do processo legislativo , incluindo Davi Alcolumbre, que hoje preside o Senado.
A ideia inicial era clara:
“Vamos montar uma frente ampla, com governadores do centro, para criar um bloco forte contra Lula.”
No entanto, essa frente não tem estrutura real .
Ela é formada por partidos fracos, governadores sem popularidade e figuras que já foram testadas e reprovadas.
Então, a nova versão do plano é mais pragmática:
“Vamos fazer um pacto com Tarcísio, oferecer algo em troca de um distanciamento de Bolsonaro.”
A ironia é cruel:
A mesma elite que tentou barrar Bolsonaro agora precisa manipular seu aliado para garantir que ele não tenha força suficiente para retornar ao cargo.
A Resistência Bolsonarista – Quando o Grupo Não Aceita Traições
Agora, surge o outro lado da moeda:
Bolsonaro não é um líder fácil de enganar .
E seu grupo, embora dividido, ainda mantém unidade básica .
Membros do PL, como Hugo Mota e Bia Kicis, já manifestaram preocupação com a aproximação de Tarcísio.
Parte da militância bolsonarista critica o governador de São Paulo por negociar com o centrão .
E, pior, alguns bolsonaristas mais radicais dizem que Tarcísio pode ser o próximo alvo caso ele mostre qualquer sinal de fraqueza.
E se a divisão dentro do bolsonarismo acabar beneficiando o STF?
E se, ao invés de um candidato único, a direita se fragmente e entregue a vitória a Lula?
A Realidade que Ninguém Aceita – Bolsonaro Ainda É o Favorito
Apesar de tudo, Bolsonaro ainda é o nome mais forte da direita .
Ele tem apoio em estados-chave.
Sua base não só se mantém, como se fortaleceu com a ausência .
E pior: ele não está sozinho .
Eduardo Bolsonaro tem construído pontes com parlamentares americanos.
Allan dos Santos, jornalista bolsonarista, está em contato com grupos internacionais que monitoram a liberdade de expressão .
E, mesmo com prisões arbitrárias e investigações vazias, o bolsonarismo continua resistindo .
Lembra quando Collor era dado como morto politicamente, mas voltou ao jogo com força total ?
Lembra quando Aécio Neves parecia imbatível, mas desapareceu do noticiário ?
Hoje, Tarcísio corre o mesmo risco.
Sem apoio real, ele pode sumir antes mesmo de aparecer .
Conclusão – A Luta pelo Controle Continua
Este não é um debate sobre ideologia.
É sobre poder.
Sobre quem decide o rumo do país.
Sobre quem define quem pode falar, quem pode concorrer e quem pode permanecer livre.
Michel Temer, apesar de ter sido presidente, não tem mais autoridade moral para liderar qualquer frente.
O STF, com Alexandre de Moraes no comando, age como um partido político , e não como guardião da Constituição.
E Tarcísio? Ele pode ser a carta mais nova, mas não tem condições de vencer sem Bolsonaro .
O que vemos, então, é uma elite que já perdeu o povo, mas ainda tenta manipular a máquina .
Um STF que já não tem mais legitimidade, mas insiste em agir como se tivesse .
E um país inteiro assistindo perplexo.
A pergunta final é essa:
Se o Brasil quer mesmo uma mudança, ela virá de um acordo entre elites em Brasília…
Ou virá do povo, que já demonstrou, em 2018 e 2022, que prefere seguir seu instinto, não os planos de quem está no poder?
Essa é a batalha que está sendo travada.
E o resultado será decidido pelas urnas, ou pelos gabinetes .
Resta saber qual delas ainda tem credibilidade.
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