A Decisão do STF sobre Collor — Um Sinal de Que Nada é Tão Definitivo Assim
Em 1992, Fernando Collor de Mello era presidente do Brasil. Em poucos meses, caiu no impeachment após acusações de corrupção. Quase 30 anos depois, ele voltou ao noticiário por um novo motivo: prisão preventiva decretada pelo Supremo Tribunal Federal em uma investigação relacionada a desvios de recursos públicos. O ministro Alexandre de Moraes foi o responsável pela decisão. E ele esperava que esse caso se tornasse um modelo para algo maior: a condenação de Jair Bolsonaro.
Mas o que parecia um movimento político-jurídico sólido começou a rachar.
Quatro ministros do STF votaram contra a manutenção da prisão de Collor.
E isso abriu uma porta inesperada: se Collor pode ser solto, quem garante que Bolsonaro não terá os mesmos direitos?
Essa divisão dentro do tribunal mostra algo mais profundo: o STF não tem mais o controle absoluto dos julgamentos , e está perdendo terreno até mesmo entre seus próprios pares.
Se isso for levado adiante, Bolsonaro pode ganhar argumentos legais que sequer imaginava ter.
Moraes e o Relógio Correndo — Por Que a Prisão de Bolsonaro Precisa Acontecer Logo?
Alexandre de Moraes tem pressa. Ele sabe que quanto mais tempo passar, mais difícil será prender Bolsonaro ou impedi-lo de concorrer em 2026. Pesquisas mostram que ele ainda lidera a intenção de voto na maioria dos estados , especialmente nas regiões Sul e Sudeste. Seus aliados estão firmes. E o STF, apesar das tentativas, não conseguiu enfraquecê-lo.
Por isso, Moraes quer agir rápido.
Ele já usou poderes extraordinários para bloquear passaportes, cassar mandatos, impedir candidaturas.
E agora, com o caso Collor, ele tenta montar um cenário onde Bolsonaro possa ser tratado como “ameaça à ordem democrática” , justificando sua exclusão do jogo político.
Só que há um problema: processos judiciais não andam tão rápido quanto planos políticos.
O STF vai demorar meses para julgar o inquérito do "golpe".
E até lá, o calendário eleitoral avança.
As pesquisas mudam.
E as narrativas se transformam.
Lembra quando Dilma Rousseff parecia imbatível?
Ela caiu.
Mas não por causa de um processo judicial.
Foi por conta da economia, do desgaste político e da perda de apoio parlamentar.
Hoje, Lula enfrenta o mesmo caminho.
E o STF, sem respaldo popular, busca atalhos no código penal para garantir vitórias que não consegue fora dele.
Collor e o Precedente Inesperado — Como a Defesa de Bolsonaro Está Assistindo Tudo Isso
O caso Collor não é apenas sobre um ex-presidente preso. É sobre como decisões do STF podem ser contestadas , e como uma prisão preventiva pode ser derrubada mesmo com acusações graves.
O tribunal confirmou que Collor pode apresentar embargos infringentes, recurso usado quando há divergência de votos. Com quatro ministros contrários à prisão, a defesa do ex-presidente tucano já trabalha para reverter a medida. E isso não passou despercebido pelos advogados de Bolsonaro.
Eles já estudam usar essa mesma lógica para questionar as bases do inquérito das fake news , que hoje mantém Eduardo Bolsonaro no exterior, evitando prisão arbitrária.
Será que Moraes subestimou o impacto dessa decisão?
Ao criar um precedente jurídico com base na prisão de Collor, ele também armou a defesa de Bolsonaro com novas ferramentas técnicas.
A Guerra dos Recursos — Como o Tempo Pode Virar Arma de Bolsonaro
Mesmo que o STF condene Bolsonaro, os recursos podem levar anos. O inquérito do 8 de janeiro, por exemplo, ainda nem terminou. E, segundo fontes próximas ao tribunal, pelo menos três sessões serão necessárias para julgar todos os réus.
Enquanto isso, Bolsonaro continua ativo politicamente , participa de eventos internacionais, fala com empresários e constroi uma rede de influência que vai além do Brasil.
Ou seja: mesmo preso, ele ainda definiria quem seria seu sucessor.
E se for solto, voltaria com força total em 2026.
Isso explica por que Moraes insiste em agilizar os processos. Ele sabe que, com o ano eleitoral se aproximando, cada dia sem condenação é um dia a mais de mobilização política.
Mas o problema é maior do que ele imagina.
Com quatro ministros já discordando da prisão de Collor, a margem para recursos cresce.
E a cada recurso concedido, a autoridade do STF diminui.
O STF Dividido — Quando o Controle Interno Começa a Ruir
Dentro do STF, o clima não é de unidade. Há quem critique Moraes por excesso de protagonismo , e quem questione Barroso por falta de isenção. Até Luiz Fux, historicamente alinhado aos dois, começou a mostrar resistência.
Um dos pontos mais sensíveis é a forma como Moraes conduz os casos.
Ele age como se fosse legislador, não juiz.
Decide quem pode viajar, quem pode falar, quem pode concorrer.
E tudo isso com base em denúncias que, na prática, não têm sustentação legal real.
Vamos pensar juntos:
Quantos de vocês já viram um familiar ou amigo ser punido por opinião política ?
Quantos já sentiram o peso de uma decisão judicial sem provas concretas ?
Esse é o futuro que Moraes tenta impor.
Mas, como Collor mostrou, até os líderes do sistema podem falhar.
O Contraste Entre Collor e Bolsonaro — Um Trata-se de Populista, o Outro de Herói Antissistema
A grande ironia está aí: Collor, mesmo sendo condenado por bilhões desviados, pode sair em prisão domiciliar. Já Bolsonaro, por criticar o STF, teve seu passaporte retido.
Isso é justiça?
Ou é conveniência política disfarçada de interpretação constitucional?
A resposta depende de quem você é.
Se você é um homem de esquerda, bem articulado, com conexões no Congresso, o STF é mais flexível.
Se você é alguém que desafia a elite política e econômica , você vira alvo de exceção.
E é isso que está em jogo agora.
O STF não julga apenas fatos.
Julga quem merece estar no jogo.
A Nova Estratégia de Defesa — Como Usar o Acordo Judicial para Desmontar a Perseguição
Advogados de Bolsonaro já perceberam o padrão.
Se Collor, com histórico de corrupção, conseguiu votos contrários à prisão , então há espaço para questionar decisões tomadas com base em emoção , e não em técnica.
Eles planejam atacar o inquérito sob vários ângulos:
Ausência de foro privilegiado (Bolsonaro não tinha prerrogativa funcional).
Falta de provas concretas de golpe de Estado.
Pressão internacional , com Trump mencionando publicamente Eduardo Bolsonaro no Senado americano.
Tudo isso pode resultar em recursos que vão paralisar o processo.
E, se houver nova composição no STF em breve, até mesmo anular o caso inteiro.
Imagine se, em 2025, o próprio STF reconhecer que esse inquérito nunca deveria ter existido.
O que aconteceria com os presos do 8 de janeiro?
E com o futuro político de Bolsonaro?
O Papel de Fux e a Única Voz Racional Dentro do STF
Nem todos os ministros do STF estão envolvidos nessa batalha. Alguns, como Luís Fux , começam a se posicionar contra a linha dura excessiva. Ele não nega a gravidade dos atos de 8 de janeiro, mas entende que prender todo mundo por manifestação não é solução.
Fux vê o caso Collor como um alerta.
O STF está se tornando parte do debate político , e não mais um árbitro neutro.
E isso prejudica a imagem do país perante o mundo.
A Crise do Governo Lula — Quando o Poder Real Não Está no Palácio
Lula chegou ao Planalto com a promessa de restaurar a economia e resgatar a estabilidade. No entanto, seu governo mal ultrapassou 30% de aprovação nacional , e em alguns estados importantes, ele sequer chega a 20%.
Sua equipe econômica, formada por figuras como Haddad e Simone Tabet, não consegue controlar a inflação , e setores do PT começam a cogitar substituí-lo.
Mas não há nomes viáveis.
Então, diante desse vácuo, o STF assume o papel de proteger o regime.
Mas não com leis.
Com prisões, com bloqueios de passaporte, com ordens de censura digital.
A Falta de Apoio do Congresso — Quando o STF Não Tem Mais Parceiro Político
Hugo Mota, presidente da Câmara, e Davi Alcolumbre, do Senado, já deixaram claro: o Congresso não vai seguir cegamente o STF.
E isso assusta Moraes.
Porque ele sempre contou com um Parlamento fraco, dividido, sem capacidade de reagir.
Agora, a Corte enfrenta um Legislativo que começa a se organizar.
Além disso, a discussão sobre anistia ainda não morreu.
Mais de 300 deputados já declararam apoio à medida.
E se ela for aprovada, o STF perderá qualquer chance de barrar Bolsonaro.
Você confiaria num sistema que permite que um juiz decida quem pode ou não concorrer?
Ou preferiria que as urnas, e não as celas, definissem o futuro do país?
A Resistência de Bolsonaro — Quando o Ex-Presidente Não Sai do Mapa
Apesar de ter perdido a eleição, Bolsonaro não sumiu.
Pelo contrário.
Ele aumentou sua influência.
E mantém sua base firme no Brasil , mesmo com tentativas de esmagar sua estrutura.
O que explica isso?
Simples: muitos veem nele o único que ousou desafiar o status quo.
E mesmo com todas as críticas, ele representa algo que o STF não consegue calar : a deselegância institucional do sistema político brasileiro.
Eduardo Bolsonaro, por sua vez, vive nos EUA, mas não perde contato com aliados no Brasil.
Ele já conversou com Steve Daines, senador republicano, e tem usado Washington como plataforma para expor as irregularidades do STF.
O STF Como Instrumento Político — Uma Comparação que Não Podia Ser Ignorada
Hélio Gaspari, jornalista de esquerda, fez uma comparação que ninguém queria ouvir: a atuação de Moraes está se aproximando das práticas da ditadura militar , onde a justiça era usada para silenciar adversários.
Isso não é ficção.
É realidade.
Com o caso Collor, o ministro descobriu que não tem mais tanto poder assim.
E que até dentro da própria Corte, há quem duvide de suas intenções.
A Nova Dinâmica Jurídica — Quando o STF Não Controla Mais Sozinho
O STF não pode mais agir sozinho.
A pressão global sobre o tribunal aumenta a cada semana.
E a resposta dos ministros tem sido inconsistente.
Barroso disse publicamente que o Congresso tem liberdade para aprovar a anistia.
No entanto, Moraes age como se ela fosse uma ameaça à democracia.
Essa contradição não passa despercebida.
E pior: ela está sendo usada como arma contra o próprio STF.
Conclusão – O Brasil Está em Xadrez Jurídico
Collor, por mais corrupto que tenha sido, não foi julgado com base em fatos claros.
E mesmo assim, hoje tem chance de sair da cadeia.
Já Bolsonaro, acusado de algo que nunca existiu , segue sendo perseguido sem fim.
A verdade é simples:
O STF cometeu um erro grave ao entrar diretamente no jogo político.
E agora, ele mesmo criou as ferramentas para que seus alvos contestem essas decisões.
Até quando o STF conseguirá manter essa estratégia?
E quando os votos contrários começarem a surgir com mais força, quem vai segurar o colapso interno da Corte?
A resposta não está no tribunal.
Está nas ruas.
Está na política.
E, principalmente, nas mãos do povo brasileiro.
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