Fala, guerreiros! Hoje a nossa conversa é sobre muito mais do que uma troca de farpas entre ministros do Supremo Tribunal Federal. É sobre um momento simbólico, carregado de tensões institucionais, disputas narrativas e, acima de tudo, um alerta para o que está acontecendo nos bastidores do poder no Brasil. Vamos analisar o embate entre os ministros Alexandre de Moraes e André Mendonça, mas de um jeito que você talvez ainda não tenha visto: conectando os fatos, os discursos e as intenções por trás das palavras.
Prepare-se, porque ao longo deste artigo vamos fazer perguntas que incomodam, apresentar fatos que a mídia tradicional evita e provocar uma reflexão urgente: estamos diante de um STF que protege a Constituição ou que a utiliza como escudo político?
O Estopim: Mendonça, Dino e o “ladrão” no plenário
Tudo começou com uma discussão aparentemente técnica, mas que logo revelou uma guerra de ideias e de princípios. O ministro André Mendonça, em uma argumentação firme, defendeu que os funcionários públicos — inclusive os membros do próprio STF — não deveriam ter tratamento privilegiado no que diz respeito a crimes contra a honra. Em outras palavras, se alguém chama um ministro de “ladrão”, essa ofensa deveria ser julgada da mesma forma que se fosse contra qualquer outro cidadão.
Parece lógico, certo? Mas essa fala despertou a fúria de Alexandre de Moraes, que, sem medir palavras, acusou Mendonça de “normalizar o crime”. Ele foi além: disse que chamar juízes, procuradores ou delegados de ladrões sem provas é um ataque à democracia. A indignação também foi compartilhada por Flávio Dino, que se mostrou particularmente ofendido por ter sido alvo desse tipo de crítica.
Mas a grande pergunta que paira no ar é: quando a crítica se torna crime? E quando o crime se disfarça de defesa institucional?
Alexandre de Moraes e a linha entre crítica e difamação
A reação de Moraes expõe algo mais profundo do que uma simples discordância entre colegas de toga. Trata-se de um sintoma de algo maior: o uso seletivo da lei para proteger determinadas figuras públicas em detrimento da liberdade de expressão da população.
Moraes defendeu que críticas infundadas não são liberdade de expressão, mas sim crimes. Porém, ele parece ignorar que a mesma Constituição que protege a honra também protege a liberdade de opinião, especialmente quando voltada a agentes públicos. Afinal, a crítica — mesmo dura — é parte essencial de qualquer democracia.
É aqui que começamos a notar uma contradição inquietante: enquanto as instituições exigem respeito absoluto, muitos de seus membros continuam impunes por ações concretas e, em alguns casos, corruptas. E quando alguém ousa apontar essas falhas, o silêncio é imposto sob ameaça de punição judicial.
Você já parou para pensar: por que é mais fácil ser punido por uma opinião do que por roubar bilhões do erário público?
A hipocrisia institucional e o escudo da “honra”
Há uma lógica perversa em curso. O cidadão que se manifesta nas redes sociais ou numa manifestação de rua pode ser processado por calúnia, mas um político que comete um crime contra o Estado é blindado por foro privilegiado, lentidão processual ou conivência institucional.
O servidor público que desvia recursos de uma estatal pode pegar décadas de prisão, mas quando a crítica aponta para os ministros do STF — mesmo sem provas — o sistema se mobiliza de maneira rápida e rigorosa para calar o acusador. A preocupação com a “honra” das instituições parece seletiva, e isso gera um ambiente de descrença generalizada.
Como confiar num sistema que pune com dureza quem fala, mas hesita diante de quem rouba?
O embate ideológico: Mendonça como voz dissonante
André Mendonça, indicado por Jair Bolsonaro, tem sido uma das poucas vozes críticas dentro do STF. Seu posicionamento neste episódio representa algo maior: a resistência contra o que muitos veem como um avanço autoritário dentro do tribunal.
Não se trata de defender ofensas gratuitas, mas sim de questionar até onde vai o poder de um ministro de silenciar críticas. E o que está em jogo aqui é o equilíbrio entre liberdade e responsabilidade.
Mendonça defende que quem ocupa cargos públicos deve estar preparado para críticas, inclusive as mais duras. Afinal, se não aguenta o calor, não entre na cozinha da política.
Moraes, o poder sem contestação e a virada autoritária
Durante anos, Alexandre de Moraes reinou praticamente sem oposição dentro do STF. Com o apoio da grande mídia e de setores do Congresso, ele se tornou símbolo de uma Justiça que, em nome da estabilidade, passou a atuar como protagonista político.
Mas esse cenário começa a mudar. O embate com Mendonça revela que a unanimidade dentro da Corte está ruindo. E isso é positivo. Uma democracia saudável exige vozes divergentes, especialmente nas instituições que têm o dever de proteger o equilíbrio entre os Poderes.
Quando o Judiciário vira palco de hegemonia, a Constituição vira instrumento de coerção, não de garantia.
A crítica não é crime: é ferramenta democrática
Críticas, sátiras e até exageros fazem parte da vida pública. Essa é uma verdade desconfortável para quem se vê acima do bem e do mal. Mas é exatamente por isso que o debate público precisa ser protegido — não censurado.
O uso da máquina estatal para punir críticos — muitas vezes com base em interpretações duvidosas da lei — tem crescido de forma alarmante. Isso não apenas fragiliza a democracia, mas transforma o medo em regra de convivência política.
Será que estamos caminhando para um país onde pensar diferente será, por si só, um risco judicial?
Ramagem, imunidade parlamentar e o artigo 53
O caso de Ramagem é outro exemplo alarmante. Como deputado federal, ele está protegido pelo artigo 53 da Constituição, que garante imunidade por opiniões, palavras e votos no exercício do mandato. Mesmo assim, Ramagem foi alvo de operações e medidas judiciais baseadas em declarações que fez enquanto parlamentar.
Esse ataque à imunidade parlamentar é extremamente grave. Não se trata de defender o conteúdo das falas de Ramagem, mas de proteger a função que o mandato representa. Quando se ignora a imunidade de um deputado, está se ignorando o próprio princípio da representatividade democrática.
O que impede, amanhã, que qualquer parlamentar de oposição também seja calado sob pretexto de "ameaça à democracia"?
Esse é o tipo de precedente que coloca em xeque a própria estrutura republicana. Se nem os deputados podem mais falar com liberdade, o que resta ao cidadão comum?
O silêncio do Congresso e a perda de credibilidade
Diante de tudo isso, o que faz o Congresso Nacional? Nada.
A passividade do Legislativo diante dos abusos do STF não é apenas omissão — é cumplicidade. Ao se calar, o Congresso abandona seu papel de fiscal do Judiciário, contribuindo para a concentração de poder em uma única instituição.
Essa omissão tem um custo altíssimo: a perda de credibilidade. O povo começa a perceber que não há mais quem o represente de verdade em Brasília. Os parlamentares parecem mais preocupados com emendas e cargos do que com a Constituição ou com a liberdade do cidadão.
E quando o povo percebe que seus representantes já não o defendem, a indignação cresce. E cresce silenciosa, mas firme, à espera de um ponto de ruptura.
A hora da reflexão: para onde estamos indo?
Estamos diante de um momento decisivo da nossa história. As ações do STF, a omissão do Congresso e o silenciamento da crítica estão empurrando o Brasil para um caminho perigoso — o caminho da normalização do autoritarismo disfarçado de legalidade.
Este artigo não é um ataque ao Judiciário. É um apelo à sua verdadeira missão: proteger a Constituição, não reinterpretá-la de acordo com conveniências políticas. É um chamado à consciência da população: ou defendemos a liberdade agora, ou poderemos perdê-la em silêncio, sem perceber.
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