Defesa de Braga Netto Pede Fim da Prisão Após Depoimento no STF


A defesa do ex-ministro Walter Braga Netto apresentou nesta terça-feira um novo pedido ao Supremo Tribunal Federal pedindo a soltura do general. A solicitação foi feita logo após ele prestar depoimento como último dos oito réus do chamado “núcleo crucial” investigado por suposta tentativa de golpe de Estado.


Os advogados argumentaram que não há mais razões para manter a prisão preventiva , já que terminou a fase de instrução do processo ou seja, todas as provas foram coletadas e os depoimentos dos réus foram concluídos. Braga Netto está preso desde 14 de dezembro de 2024 , na Vila Militar do Rio de Janeiro, sob acusação de atrapalhar a Justiça, após supostamente buscar informações sobre a delação do tenente-coronel Mauro Cid.


“Com base no que foi dito até agora e considerando que não há mais etapas pendentes no processo, pedimos que a prisão do general seja revogada. Pode ser com alguma restrição, mas não há motivo para manter ele detido”, afirmou a defesa em documento entregue ao STF.


Durante o interrogatório, o ministro Alexandre de Moraes perguntou se Braga Netto já havia sido preso ou processado antes. O general respondeu que não, dizendo:

“Só estou preso dessa vez.”


Moraes brincou levemente com a resposta:

“Eu sei que o senhor está preso, afinal, fui eu quem determinou isso.”


Braga Netto nega envolvimento em qualquer plano golpista

O general negou veementemente qualquer participação em planos de golpe ou ações contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o vice Geraldo Alckmin ou o próprio ministro Moraes.


“Eu sou um homem de bem, formado dentro das instituições e comprometido com a democracia. Jamais faria parte ou apoiaria algo que colocasse em risco o país ou ameaçasse autoridades”, afirmou.


Ele também negou ter repassado dinheiro ao tenente-coronel Mauro Cid dentro de uma sacola com caixas de vinho, como sugerem alguns relatos. Além disso, disse que nunca entrou em contato com o pai de Cid para obter informações sobre a colaboração do filho com a Justiça.


Braga Netto ainda rebateu acusações de que teria coordenado campanhas nas redes sociais contra comandantes das Forças Armadas. “Isso é invenção. Eu nunca participei disso”, garantiu.


O caso de Walter Braga Netto ilustra como decisões judiciais, especialmente prisões preventivas, precisam ser reavaliadas conforme o processo avança. Sua defesa acredita que, com a conclusão das investigações, não há mais justificativa para mantê-lo detido.


Para o cidadão comum, o momento é de reflexão sobre o equilíbrio entre garantir a ordem pública e proteger o direito à liberdade . Se as acusações forem verdadeiras, o julgamento dele deve ocorrer com transparência. Mas se não houver provas suficientes, manter alguém preso pode gerar dúvidas sobre o uso correto da lei.


É importante lembrar que todo acusado tem direito à ampla defesa e ao contraditório . E, enquanto o Judiciário analisa o pedido de soltura, o país acompanha de perto mais um capítulo desse processo complexo, que mistura política, segurança nacional e direito penal.

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