O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, ordenou que a Procuradoria-Geral da República se manifeste em até cinco dias sobre o inquérito que investiga o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro.
O parlamentar é acusado de tentar usar influência nos Estados Unidos para pressionar o Brasil. Segundo a PGR, ele teria conversado com congressistas norte-americanos e membros do governo de Donald Trump para buscar sanções contra o próprio ministro Moraes .
Essas medidas incluiriam bloqueios financeiros , como proibição de abrir contas bancárias, usar cartões de crédito ou fazer transações internacionais práticas já usadas por países para punir autoridades estrangeiras.
Objetivo seria proteger Jair Bolsonaro
O procurador-geral da República, Paulo Gonet, afirmou que as ações de Eduardo Bolsonaro tinham como objetivo principal proteger seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro , que responde a processos no STF, incluindo o que apura suposta tentativa de golpe após a eleição de 2022.
Segundo Gonet, o deputado estaria usando canais internacionais para atrapalhar investigações no Brasil e “embaraçar” os trabalhos da Polícia Federal e do STF. Ele disse ainda que essa conduta pode colocar em risco não só ministros do STF, mas também familiares dos envolvidos .
Na última quarta-feira, o senador americano Marco Rubio declarou que há “grande possibilidade” de Moraes enfrentar sanções dos EUA, sob acusações ligadas a direitos humanos. O deputado Cory Mills também criticou o trabalho do ministro, dizendo que ele estaria perseguindo Jair Bolsonaro.
Defesa de Eduardo: "Justiça depende do cliente"
Eduardo Bolsonaro negou qualquer ato ilegal e disse que sempre agiu com liberdade política. Em março, quando viajou aos EUA, ele afirmou que a PGR já havia arquivado um pedido de apreensão de seu passaporte, considerando sua viagem dentro da legalidade.
Nas redes sociais, Eduardo rebateu as novas acusações e chamou atenção para o fato de agora ser alvo de investigação:
“Eu fui ao jantar dele Moraes e ele fez chacota de mim”, escreveu o deputado. Em outra publicação, disse que o “establishment” o trata com arrogância e o despreza por discordar das autoridades brasileiras.
Ele também comentou que sanções contra Moraes podem vir dos EUA , e acusou o atual PGR de agir de forma política:
“Agora mudaram de posição. Isso mostra que no Brasil, a Justiça não é igual pra todo mundo. Aqui, ela depende de quem é o cliente.”
O caso de Eduardo Bolsonaro ilustra bem o que muitos brasileiros já percebem: as instituições do país estão cada vez mais distantes da imparcialidade. O fato de ele ser investigado por expressar suas ideias no exterior, enquanto figuras de outros lados fazem muito pior e seguem impunes, mostra como a justiça no Brasil tem sido usada de forma seletiva.
A postura do ministro Moraes e a mudança repentina de posição da PGR reforçam a sensação de que o sistema está contaminado pelo ativismo judicial , onde quem manda não é a lei, mas a vontade política de influenciar os rumos do país.
Eduardo tem razão ao dizer que, hoje, a Justiça no Brasil depende de quem você é e do que pensa . Quem discorda do poder dominante sofre consequências, enquanto quem apoia fica livre para agir. Isso não é democracia — é escolha de lado travestida de legalidade.
Enquanto isso, parlamentares e autoridades norte-americanas apontam para os excessos e abusos vistos aqui dentro. Eles enxergam o que muitos brasileiros já sabem: nossa justiça anda longe da isenção que o povo espera. Se o país continuar assim, não haverá mais espaço para debate, crítica ou opinião — só para submissão.
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