Lula Chama Bolsonaro de “Covardão” e “Quase se Borrando” no Depoimento a Moraes


O presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a atacar Jair Bolsonaro de forma ríspida e pessoal, chamando-o de “covardão” e dizendo que ele estava “quase se borrando” durante seu depoimento ao ministro Alexandre de Moraes no Supremo Tribunal Federal. As declarações foram feitas em plena campanha eleitoral antecipada e reforçam o tom agressivo do chefe do Executivo contra o principal adversário político.


Enquanto isso, Bolsonaro, ao prestar depoimento, negou qualquer envolvimento com golpe ou planos ilegais, pediu um julgamento justo e demonstrou confiança na Justiça. O contraste entre os discursos mostra como a política brasileira vive cada vez mais perto da polarização e longe do debate institucional.


O presidente Luiz Inácio Lula da Silva utilizou palavras duras e depreciativas contra o ex-presidente Jair Bolsonaro durante um evento público em Contagem, Minas Gerais. Ele chamou Bolsonaro de “covardão” e afirmou que o ex-presidente estava “quase se borrando” enquanto prestava depoimento ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, na terça-feira anterior.


Lula também disse que Bolsonaro “mentia 11 vezes por dia”, usando a ocasião para criticar o estilo de fala do ex-presidente e tentar deslegitimar sua imagem perante o eleitorado. “É muito fácil ser corajoso dentro de casa, falando mal dos outros”, ironizou o atual presidente.


Bolsonaro, por sua vez, respondeu às acusações durante o interrogatório no STF. Ele negou qualquer intenção de promover um golpe e classificou esse tipo de ação como algo “abominável”. Disse ainda que não houve qualquer conversa séria sobre interromper o processo democrático.


“Entendo que as acusações não têm fundamento. Quero um julgamento justo e peço a Deus que ilumine a todos aqui”, afirmou o ex-presidente ao final do depoimento.


Esse foi o primeiro encontro entre Bolsonaro e Moraes desde o início do inquérito que apura supostas articulações para impedir a posse de Lula após as eleições de 2022. Durante o depoimento, o ex-presidente rejeitou todas as imputações feitas contra ele e mostrou tranquilidade diante das perguntas.


Seus advogados reclamaram da dificuldade para analisar todas as provas reunidas pela Polícia Federal. O defensor Paulo Cunha Bueno afirmou que o acesso aos dados foi limitado e recente, o que prejudica a construção de uma defesa completa.


“Diante do que foi produzido até agora, podemos pedir novas investigações complementares. Ainda estamos num processo lento e complicado de análise das provas”, explicou o advogado.


Em outro momento, durante evento em Mariana, Lula atacou novamente a chamada “extrema-direita” e mandou recado claro de que pretende disputar a reeleição em 2026. “Esse país não vai cair nas mãos da extrema-direita, não vai não”, declarou.


Mais do que uma resposta jurídica, o depoimento de Bolsonaro no STF foi uma oportunidade de mostrar firmeza e clareza diante de ataques constantes. Enquanto ele manteve o tom institucional e evitou confrontos diretos, Lula usou a tribuna do governo para fazer chacota do ex-adversário, chamando-o de “covardão” e insinuando medo onde havia, na verdade, postura calma e controlada.


A linguagem vulgar e os comentários pessoais do presidente da República só reforçam a impressão de que certos setores do poder estão mais interessados em atacar do que em julgar com isenção. E isso, infelizmente, afeta a percepção de justiça entre a população.


Para a direita brasileira, o caso é mais um sinal de que o sistema judiciario tem sido usado como arma política, especialmente contra figuras públicas que representam visões diferentes da narrativa dominante. Ataques como os de Lula não são apenas ofensivos, são estratégicos, servindo para diminuir o peso político de Bolsonaro antes mesmo do julgamento final.


No fim das contas, o país assiste a um espetáculo triste: um presidente em exercício ataca verbalmente um ex-presidente sob investigação, misturando política, justiça e vingança. Enquanto isso, cresce a sensação de que a linha entre crime e crítica política já não existe mais e quem decide qual lado está certo parece ser apenas quem detém o poder no momento.


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