O presidente Luiz Inácio Lula da Silva esteve em Minas Gerais nesta quinta-feira e aproveitou o evento para ativar o modo campanha bem antes do tempo eleitoral de 2026 . Além de anunciar medidas voltadas para a população de baixa renda, como gás de cozinha de graça e créditos para reforma de casa, ele elogiou publicamente o ex-presidente do Senado Rodrigo Pacheco, chamando-o de “futuro governador”. As promessas feitas pelo petista soam mais como cartas na manga política do que como políticas públicas estruturais , num momento em que o país enfrenta crise fiscal e desemprego alto.
Lula ativa discurso eleitoreiro e chama Pacheco de futuro governador
Durante um evento público em Minas Gerais, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou novas medidas que beneficiam famílias de baixa renda e já começou a distribuir cartas políticas para tentar atrair apoio popular.
Lula usou o tom de campanha ao se referir ao ex-presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, chamando-o de “futuro governador” , numa clara tentativa de conquistar aliados importantes no estado.
Além disso, o presidente falou sobre o preço do botijão de gás de cozinha, criticando a diferença entre o valor cobrado pela Petrobras e o que chega ao consumidor final:
“O gás sai por R$ 37 e chega a até R$ 140. Alguém tá ganhando muito dinheiro nesse meio”, disse Lula, sugerindo que há especulação ou má distribuição.
Ele prometeu estudar formas de entregar gás de cozinha de graça a famílias cadastradas no CadÚnico algo que pode ser viabilizado por meio de subsídios do governo federal.
Crédito para reformas e ajuda aos motoboys
Outra medida anunciada foi a criação de um programa de crédito facilitado para reforma de casas populares , direcionado a famílias de baixa renda. A ideia é permitir que as pessoas possam financiar melhorias em suas residências, como a construção de um novo quarto, banheiro ou garagem.
“Tem gente que quer fazer um quartinho pra neta, outro que precisa de um banheiro novo. Isso não é luxo, é dignidade. E eles têm o direito de pegar esse crédito e pagar no tempo certo”, afirmou Lula, defendendo acesso facilitado ao sistema financeiro.
Também mencionou a criação de uma política específica para entregadores de aplicativos , oferecendo vale-refeição e até subsídios para compra de motos elétricas. O objetivo é melhorar as condições de trabalho dessa categoria, que cresceu nos últimos anos e virou alvo de disputa política.
Lula destacou o contraste entre os trabalhadores e o consumo de energia:
“Os ricos compram energia mais barata no mercado livre, enquanto os pobres pagam caro no regulado. Isso não é justo.”
Para famílias com renda de até meio salário mínimo por pessoa, o governo vai garantir isenção total na conta de luz para quem consome até 80 kWh por mês . Quem ganha até um salário mínimo por pessoa terá descontos progressivos na mesma tarifa.
As promessas de Lula em Minas Gerais reforçam um padrão claro: o governo está cada vez mais próximo de adotar uma linguagem e postura eleitorais , mesmo estando ainda longe das próximas eleições presidenciais.
Chamar Rodrigo Pacheco de "futuro governador" e anunciar benefícios como gás gratuito, crédito para reforma e vale-refeição para motoboys mostra que o foco principal é agradar o eleitorado mais vulnerável e ampliar apoio político no estado , um dos maiores do país.
O problema é que essas medidas, embora bem-vistas pelas famílias mais pobres, não resolvem a crise econômica real do Brasil . Enquanto a dívida pública sobe, os juros permanecem altos e o emprego formal ainda não recupera o ritmo, o país vive um dilema: é possível bancar tantos programas sociais sem prejudicar as contas públicas?
Muitos especialistas veem essas ações como mais uma estratégia eleitoral do que planejamento estratégico . Se depender só desses anúncios, o que se vê é uma corrida por apoio popular, mas sem mudanças profundas nas contas federais.
E enquanto isso, o contribuinte comum segue pagando a conta com impostos, inflação e juros altos. É fácil prometer, mas difícil cumprir sem afundar o orçamento público. E o Brasil não pode continuar vivendo de promessas que, no fim, geram mais desequilíbrio do que transformação real.
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